Salve pessoal!
Vamos dar uma pausa de duas semanas no passeios pelos capítulos do OD2. Esta semana vamos falar sobre Vethusia, o novo cenário vanilla do OD2 e na semana que vem o Pop volta falando sobre o módulo 3 do Playtest. Vamos lá.
Uma das maiores necessidades identificadas junto aos jogadores, sobretudo os iniciantes era que o OD não possuía um cenário base para acomodar suas regras e particularidades.
A Redbox e depois a Buró esditaram o Legião, um trabalho hercúleo, provávelmente o cenário brasileiro mais detalhado já publicado em português, com uma pegada militarista, pouco maniqueísta, com a pegada Dark Fantasy e lançados numa caixa que é um exemplo de produção gráfica de cenários. Um material lindo, completo e que pra nós é uma obra-prima da dupla tio Nitro/Pop.
Mesmo assim, o tamanho e o tema podem soar grandes demais para um jogador iniciante. Por isso precisávamos de uma “porta” de entrada para mestres iniciantes entenderem o que é um cenário de jogo, como se desenvolvem as tramas das aventuras frente aos acontecimentos do mundo ate para se sentirem mais confortáveis a darem saltos maiores. E assim, visando ser um degrau para estes jogadores, mas dando material o suficiente para veteranos se embrenharem no cenário, nasceu a idéia de um Cenário Vanilla, ou seja, um cenário básico, focado em ser um feijão com arroz para poder abraçar tudo o que está sendo feito com o OD2.
As Bases da Baunilha!
Nossa ideia era fazer algo muito simples, de fácil assimilação, não impositivo, ou seja, que os jogadores não fossem obrigados a usar, mas que fosse para o jogador o que o Karameikos foi pra nossa geração de jogadores. Tinha de ter uma pegada meio Thunder Rift, meio fantasia básica e que seja pequeno, auto-contido, ou seja, centrado num único livro e que abraçasse tudo o que o Od2 tem como ponto central. E assim nasceu Vethusia, um continentes praticamente inexplorado, onde está o recém formado Reino de Valansia, que centralizará as ações do cenário.
Segue a introdução do cenário que foi escrita para basear os trabalhos de desenvolvimento dos autores (eu, Pop e o Thiago Riguetti, editor da linha Legião) e que obviamente ainda pode mudar aqui ou ali:
Seja bem vindo a Valansia, uma terra nova ainda aguardando o florescer de sua civilização. Localizada no sul de um grande e ainda inexplorado continente, chamado de Vethusia, ou a terra velha.
De extensão territorial mediana, com aproximadamente a mesma área da Grã Bretanha, Valansia ocupa um vale rodeado de escarpas íngremes e extremamente altas, em um lugar onde provavelmente, eras atrás foi atingida por um grande meteoro.
Um viajante pode se deslocar de sua capital, localizada quase no centro de seu território para qualquer lugar do reino em menos de 10 dias. De fato consegue chegar ao ponto mais distante, mas ainda considerado seguro, o Forte das Terras Marginais, em uma viagem de quase 10 dias.
Sua topografia é variada e levemente fantástica. Há florestas, bosques, colinas, rios, desertos, e lugares fantásticos criados por ocorrência ancestrais que ainda fogem da compreensão dos sábios, florestas de vegetação e animais gigantes, outra totalmente petrificada, ou formada apenas por cogumelos ou fungos, passando a um deserto com nuvens de sulfurosas pântanos sem fundo e claro… muitas, muitas ruínas deixadas por alguma ou algumas civilizações que ocuparam o vale há milênios.
Seus habitantes naturais, sempre foram os Halflings, ao menos nesta era. Chegaram a este vale há mais de 1.000 anos, vindos de uma terra mítica de localização desconhecida, simplesmente chamada de “Terras dos 5 pontos”. Aqui encontraram uma terra misteriosa, em parcial estado selvagem, porém pacífica onde viveram em relativa tranquilidade por quase 900 anos.
A chegada dos navios das raças livres, Homens, Elfos e Anões, trouxe uma reviravolta no vale. Acolhidos pelos Halflings que os enxergavam, segundo suas próprias lendas, como “o povo antigo que habitou Valansia e que agora retornava ao lar”, se estabeleceram, se ergueram, e fundaram reinos e enclaves, trazendo progresso, desenvolvimento, mas é claro, muitos problemas para o outrora pacato vale.
Hoje, um reino está estabelecido e fortalecido por uma dinastia respeitada pelo seu povo, mais ainda vítima das artimanhas de uma corte heterogênea e invejosa. Elfos e Anões, tocam suas vidas em seus habitats naturais enquanto tentam proteger Valansia das cada vez mais comuns invasões de criaturas dos planaltos.
Estas invasões, mais frequentes de 20 anos pra cá, fizeram com que o Rei Steban III, pai do atual monarca Adan I, decretasse o Ato de Ocupação. Uma lei real que estimula a exploração do território e das ruínas de Valansia, o desenvolvimento das diversas regiões ainda desabitadas e a doação de terras para a formação de pequenos condados para todos aqueles que demonstrem experiência reconhecida, arregimentação de colonos e principalmente, acúmulo de dinheiro para pagar pelo título, e assim manter suas terras em desenvolvimento e em segurança.
O Ato de Ocupação mudou a cara de Valansia. Num período de pouco menos de 20 anos, mais de uma dezena de vilas foram erguidas nas terras doadas, e fez com que Valansia visse surgir de uma espécie de herói nacional, o Aventureiro. Pessoas comuns que se embrenham em regiões ainda inóspitas, se enfiam em buracos inexplorados e ruínas abandonadas atrás, de riquezas, glória e claro, um título de terras.
Há poucos meses atrás, o Ato de Ocupação foi aditivado com outra lei, O Ato de Exploração, desta vez promulgada pelo Rei Adan I. Visando proteger seu Reino e auxiliar o fortalecimento de suas fronteiras, esta lei busca incentivar com redução nos impostos, nobres que financiassem expedições ao Planalto dos Ermos para que “o povo de Valansia possa conhecer melhor as terras que os avizinham, fazer contato com outras civilizações e erradicar as criaturas que insistem em ofender nossas fronteiras” e atacar o nosso povo.
As primeiras expedições partiram há alguns meses e ainda não retornaram. A expectativa é que em alguns anos, Vethusia ganhe novos contornos, novos países e alianças sejam forjadas. Os jovens, animados com a expectativa de riquezas e fama, abandonam suas foices nos campos e se alistam nas mais diversas expedições rumo ao desconhecido, sem ignorar que podem nunca mais voltar, ao vale que hoje chamam de lar.
Aventuras e Hexcrawling
Com este ponto de partida, estamos trabalhando na criação de Valansia que será uma monarquia como tantas outras de nossas mesas. O Rei é respeitado, parte da corte o apoia, mas claro que há espaço para um pouco de intriga palaciana. Como deu para pescar da introdução, o cenário é o lar ideal para a criação de aventureiros em seu próprio território, que embora conhecido e mapeado ainda está longe de ter sido totalmente pacificado e mais recentemente, há o estímulo para a exploração além das fronteiras. Isso por que o mapa do cenário conterá apenas as áreas já conhecidas envolto por um mar de hexágonos em branco (sim o mapa será clássico, com hexagonos para exploração), o que permitirá que cada mesa faça suas descobertas através do Hexcrawling. Cada mesa criará seu próprio cenário, escreverá sua própria história, descobrirá por conta própria o que há nos temidos Planaltos dos Ermos. Não haverá duas Vethusias iguais.
Contamos Mais
Os trabalhos ainda estão muito no início, essencialmente começarão entre esta semana e a semana que vem e assim que for possível, traremos novidades sobre seu desenvolvimento. Terminamos para não nos alongar demais com uma lista de características colhidas entre sugestões dos jogadores e coisas que achamos ideais para um cenário como este:
Panteão Pequeno e Diverso: poucos Deuses com uma igreja forte e oficial: Artheus (Ordeiro), justiça, proteção, dia e honra, duas divindades neutras: Liena (Neutra), Natureza, Roda da Vida, Agricultura, Theldir (Neutro), Tempo, conhecimento, cura, Profissões e ciência, e três divindades caóticas: Orcus (Caótico), Morte, Força, Fúria. Demogorgon (Caótico) Enganação, Trapaça, Traição e Arak-Thakna (Caótica), Veneno, Trevas, Aranhas, além de cultos negros de entidades míticas e desconhecidas sendo a mais conhecida, o do Deus Polvo, adormecido sob o Mar Antigo que aguarda o alinhamento das estrelas para acordar, se levantar e salvar seus seguidores.
Reinos Raciais: Valansia possui 2 reinos raciais e um protetorado, Anões em sua Steinhaus, Elfos na sua floresta Ilfirin e os Halflings no Protetorado das 3 Irmãs. Cada um com sua independência, mas com boas relações políticas e diplomáticas entre si.
Cidades para Aventureiros: Se você se lembra de Threshold, sabe do que estou falando. Se não sabe o que é, cidades pequenas ou vilas próprias para aventureiros iniciantes começarem suas carreiras aventureiras.
Escola de Magia: Valansia possui sua própria, comandada por Solomonari um mago poderoso que ergueu a Torre Scholomágica onde em eventos muito aguardados, seleciona a cada 7 anos alguns poucos jovens para os formar nas artes Arcanas.
Ruínas, Ruínas, mais Ruínas e se você achou pouco, mais ruínas: Valansia virá com mais de uma dúzia de ruínas descritas muito vagamente, só para que o mestre possa usá-la como locais para sua aventura. São tantas ruínas que a Capital do Reino, Landora, foi construída sobre as ruínas de uma antiga cidade que inclusive teve uma passagem descoberta para o terceiro nível de suas ruínas nos últimos meses do ano passado.
Vilões Arquetípicos que todos adora odiar: Além do retorno do já conhecido X’agyg um Lich com ligações com os Deuses antigos e Cultistas, Temos a apresentação de Thulsanthar, um necromante adorador de Orcus como antagonista místico do cenário.
Descrições Abertas: vagas muitas vezes propositalmente, tudo será construído para que ideias surjam apenas lendo o cenário. Inclusive com tabelas de geração de rumores e aventuras para iniciantes.
Dragões: tinha dúvida? Eles existem, moram nas escarpas que circundam toda Valansia e são presentes na medida certa. Atacam sempre que senem fome, acumulam riquezas e continuam sendo seres poderosos e desprezíveis que gostam de jogar com o poder que possuem para fazer da vida do povo de Valansia uma vida pior. Tudo dentro da normalidade!
A Confirmação dos Icônicos: Sim, os icônicos do OD1 estão confirmados em Vethusia. Todos terão suas origens descritas e amarradas com elementos dos Cenário. Sabe aquele famoso escudo amarelo do Khardathor? Um símbolo da Ordem do Grifo Branco, a guarda de elite que Khardathor abandonou, mas ainda hostenta o escudo amarelo, símbolo de sua honra, glória e status.
E quando publica essa maravilha?
Como dissemos o trabalho está no início, mas com o avançar do Playtest acreditamos que será em breve. Em futuras publicações desta coluna confirmaremos os prazos, as formas etc, mas se eu pudesse apostar, como autor, acredito que será via Financiamento Coletivo e se tudo der certo, por que não ainda em 2021? Quem não morrer numa tumba escura qualquer, verá!
Muito bom! Empolgação total. Junte a isso umas companhias de aventureiros com nomes e brasões e faremos um tipo de entradas e bandeiras fantásticas. Boa galera!
Expectativa aumentando… Muito karameikos tudo isso aí, que maravilha!
(espero que seja por pré-venda e não por FC)